domingo, 22 de junho de 2008

O que fazer quando tiver que cuidar de um idoso?


Quando se fala em leis e direitos e olho em volta o descaso com os idosos, o descuido, a falta de paciência seja na área de saúde, ao entrar em um coletivo, as “caras” de desaprovação quando passam na frente, nas enormes filas de banco, é uma prova clara de que estas pessoas não pensam em alguns anos à frente.

Os direitos existem e para fazer valer é preciso conhecê-los um pouco mais.Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, (OMC), até 2025 a população de idosos tende a crescer 16 vezes, classificando o Brasil com o 6º lugar entre os países.
Mas será que o Brasil está preparado para receber esta população? E as famílias têm estrutura para acolher estes idosos?

O governo federal diante desta expectativa de crescimento lançou o Guia Prático do Cuidador. Um guia produzido pelo Ministério da Saúde, foi lançado dia 11 deste mês e que tem o objetivo de orientar profissionais que cuidam de idosos.

Este campo de trabalho vem crescendo muito uma vez que a própria família não tem paciência de cuidar dos seus familiares, sejam pais ou avós.
No caso do Sr. José Vitório Vieira a história é muito diferente. Ele completando seus 80 anos é assistido pela sua filha Sônia Vieira.

“O meu pai é tudo pra mim, trabalhou duro enquanto agüentou pra cuidar da nossa família, pra mim é um exemplo de vida”.

Sônia acompanha seu pai em tratamentos médicos, e há poucos meses descobriu que ele está com câncer de próstata. Apesar do susto, conseguiu pensar e se orientar com o médico, pois queria poupar emocionalmente a ele e a sua mãe Dona Anita Francisca Vieira, de tal sofrimento, e sua decisão foi aprovada pelo médico, ninguém da família sabe da doença.

Devido à idade, ele não poderá fazer cirurgia, porém o mais incrível é que apesar de muitas críticas ao Sistema Único de Saúde, (SUS), o Sr. José tem sido muito bem assistido nas clinicas e hospitais onde faz acompanhamento, “não sei se a minha presença que influencia nisso. Acho que ter alguém cuidando, faz com que as outras pessoas tenham mais cuidado ao tratá-lo”, diz Sônia.
Mas Sr. José mesmo tendo o acompanhamento e cuidado da filha, ainda passa por constrangimentos.

Em um exame de ultra-sonografia, como estava com a bexiga vazia, a médica pediu Sr. José que tomasse mais água e aguardasse por uma hora. Porém, quando de passou este tempo e nada da médica chamar, Sônia cercou a enfermeira no corredor e explicou-lhe a situação. Sem dar muita atenção a resposta que Sônia obteve era que ele tinha que aguardar mais um pouco.

Sr. José já não agüentava mais, e começou a urinar na roupa. Só assim quando revoltada Sônia já desistia do exame e procurava por um banheiro para seu pai, é que a médica se deu conta e o chamou.

Sr. José já bastante debilitado pela idade e diz que se não tivesse ninguém para acompanhá-lo já teria desistido dos tratamentos médicos. “Nossa minha filha, é tanto médico, todo dia é um lugar que a gente tem que apiar, é uma peleja só”, diz.

Dona Anita, também idosa, mas um pouco mais forte que Sr. José diz que ora todos os dias para que Deus abençoe sua filha, que se não fosse por ela, não sabe como seria.

Sônia dá um conselho: “Se você não sabe o que fazer quando seus pais ou avós precisar de cuidados, pense e faça aquilo que você gostaria que fizessem com você, e terá a melhor resposta”.

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